Ponto comercial – O que é, características e como avaliar
Ponto comercial se refere ao local físico em que uma empresa está estabelecida, sendo sua escolha uma etapa fundamental para um bom negócio.
Iniciar um bom negócio requer um caminho de planejamento e ideias postas em prática.
Neste caso, o ponto comercial é, sem dúvida, uma das partes mais importantes a serem analisadas.
Isso porque é, de fato, ao definir o ponto, que o sonho do negócio próprio começa a se tornar realidade.
Entretanto, assim como a escolha de um bom negócio, escolher um ponto comercial também demanda um caminho de desafios e superações.
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O fato é que, para iniciar um bom negócio, a escolha do ponto comercial é definitivamente o início da trajetória no comércio, sendo, portanto, vital acertar na escolha do ponto certo.
Alguns quesitos são de extrema importância quando se fala em ponto comercial.
Dentre eles podemos destacar a estrutura, a localização, o fluxo de pessoas que passam por aquele local, a estrutura da região em geral, etc.
São pontos que, reunidos, fazem a diferença na lucratividade do seu negócio e, consequentemente, sucesso da empresa.
Mas, antes de entender todos os processos que envolvem um ponto comercial – como a venda ou o “passe do ponto”, é preciso compreender o que exatamente significa ponto comercial.
O que é um ponto comercial?
Em síntese, ponto comercial se refere ao local físico em que uma empresa está estabelecida operando suas atividades corriqueiras.
Em outras palavras, representa a localidade do comércio que, de forma direta, influencia no crescimento e no sucesso da empresa.
Um exemplo prático é lembrar do local exato onde vende aquela rosquinha de leite da padaria X.
Você consegue identificar pontos específicos na região que apontem exatamente o local da padaria.
Quando um ponto comercial é bem desenvolvido, o efeito adquirido é este, da importância de ser lembrado e reconhecido pela clientela.
Pois bem, existem alguns quesitos que são importantes serem lembrados.
Um deles é que, ao se tratar de um imóvel alugado, o ponto comercial (seja uma padaria, um salão de beleza, um posto de gasolina) é da pessoa que explora as atividades do local e não da pessoa que alugou o ponto comercial, no caso, o locador.
Sendo assim, para que um ponto comercial seja formado, existe uma lei, denominada Lei do Inquilinato (Lei8.245/1991), que determina alguns quesitos para que, de fato, o ponto de comércio seja estabelecido.
Dentre as especificações da Lei, se destacam:
- Elaboração do contrato por escrito e com prazo determinado;
- Renovação de contratos sucessivos por 5 anos;
- Inquilino esteja no ramo comercial explorando a mesma atividade por, no mínimo, 3 anos sem interrupções.
Ponto comercial alugado
Quando um imóvel é alugado, o ponto comercial que ali será construído passa, por direito, à pertencer ao proprietário da empresa e não ao locador.
Contudo, apesar do ponto pertencer ao dono do comércio, é essencial que o locador participe das decisões do negócio, caso a vontade seja vender ou passar o ponto adiante.
Sendo assim, as três partes – proprietário do negócio, locador e interessado na compra ou repasse do ponto – devem estabelecer estratégias que sejam claras no contrato de locação.
Além disso, caso o desejo seja comprar um ponto comercial, é importante estar atento a quesitos como tráfego de pedestres, acesso físico e o número de concorrentes, por exemplo.
Logo, é importante averiguar:
- Facilidade dos clientes em chegar ao estabelecimento;
- Qual o fluxo de pessoas que frequentem o local ou, até mesmo, a região do ponto comercial;
- Analisar a quantidade de comércios vizinhos e os possíveis concorrentes;
- Verificar se há espaço e vagas destinadas ao estacionamento.
Avaliando um ponto comercial
A escolha do ponto comercial é uma das fases mais importantes para o início de um bom negócio.
Sendo assim, diversos critérios devem ser analisados para que, já de início, a trajetória do empreendimento seja satisfatória.
Um dos primeiros pontos a serem analisados é em relação ao tipo de estrutura e a localização do ponto comercial.
Isso porque, a localização, por exemplo, é fator determinante no quesito reconhecimento do cliente.
Quando um ponto comercial está bem localizado, é fácil do cliente se lembrar das características do local.
Com isso, alguns aspectos devem ser levados em consideração ao avaliar um ponto comercial, como:
1 – Perfil do Público Local
Como primeiro quesito a ser analisado no momento de escolher um ponto comercial está o perfil do público local.
Já é de se imaginar o porquê deste item ser tão importante, não é?
Bem, a partir do perfil do público é possível redirecionar as atividades do comércio para atender a clientela que esteja interessa nos produtos da sua empresa.
Dessa forma, ao conhecer qual o tipo de perfil do público local, é provável que o reconhecimento do ponto comercial seja notável.
Contudo, é importante se ater ao fato de que, de nada adianta elaborar uma estrutura toda qualificada e capacitada se o público local não possui o hábito de consumir o produto comercializado.
2 – Concorrência
No mercado em geral, está cada vez mais difícil encontrar um negócio que não tenha concorrência, não é?
Nesse sentido, analisar o local onde se quer estabelecer um ponto comercial é de extrema importância, principalmente, em relação à concorrência.
Afinal, quem deseja abrir um negócio onde a concorrência é um ponto sufocante?
Sendo assim, verificar quais são os concorrentes, como é o método de trabalho de cada um e identificar os pontos forte e fracos, são fatores que determinam o sucesso do ponto comercial de qualquer empreendimento.
3 – Segurança e acessibilidade do ponto comercial
A segurança de um ponto comercial está diretamente relacionada às condições que o estabelecimento oferece para a segurança do cliente.
Dessa forma, é um quesito indispensável no momento de escolher um ponto comercial.
Além da segurança do cliente, o fator deve, também, estar ligado à segurança do próprio ponto de comércio.
Nesse sentido, para que a averiguação da segurança seja feita, é preciso verificar o histórico de ocorrências policiais no local, bem como se a região apresenta algum tipo de vulnerabilidade.
Além disso, é interessante que o local possua serviços de segurança particular, por exemplo.
Outro quesito importante em relação ao ponto comercial é a acessibilidade dos clientes.
Ou seja, é imprescindível que o empreendimento ofereça aceso facilitado para todos os tipos de clientes.
Este é um ponto crucial para o sucesso do empreendimento, já que grande parte dos clientes reúnem um conjunto de pontos positivos para retornar, ou não, ao local.
Passar ou vender o ponto comercial
Bem, agora que você está ciente dos pontos necessários para escolher um ponto comercial, vamos agora analisar o caminho para caso o intuito seja passar ou vender o ponto.
De forma geral, o motivo de venda ou repasse pode estar atrelado a vários quesitos, como a vontade de mudar de negócio, a insatisfação com a região, momentos de crise, entre outros.
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Em caso de crises econômicas, por exemplo, é comum que muitos empreendedores optem por, simplesmente, encerrar todas as atividades comerciais.
Prova disso são os dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que registrou o fechamento de mais de 116 mil lojas do varejo entre 2015 e 2016.
Entretanto, em alguns casos, o fechamento do negócio pode ser algo que gere prejuízo de diferentes formas.
Por conta disso, existem maneiras mais viáveis que podem ser adotadas para que as perdas não sejam tão catastróficas, como a venda ou o repasse do negócio, por exemplo.
Vender ou passar um ponto comercial pode ter vários motivos. Ou seja, pode ser que as dificuldades financeiras apertem, a vontade de iniciar um negócio novo.
Além disso, o anseio de se mudar para outro estado ou país, enfim, várias são as possibilidades que fazem um proprietário abrir mão do ponto comercial, passando para frente.
O que é passar o ponto?
No caso de passar o ponto, o que entra em questão é uma transação imobiliária, onde o estabelecimento físico é passado para o outro dono.
Nesse sentido, como o processo se caracteriza como imobiliário e não como varejista, pode ser que o próximo dono decida por mudar completamente o formato comercial do local.
Ou seja, se antes o comércio era uma padaria, pode ser que, com o novo dono, o ponto comercial se transforme em um salão de beleza, por exemplo.
Dessa forma, é de escolha do novo proprietário adquirir os bens que compõem o comércio anterior ou, até mesmo, mudar o foco do negócio antes estabelecido.
Com isso, passar o ponto e vender uma empresa se diferem justamente por este quesito, onde, na venda, o novo proprietário adquire o imóvel físico mais os bens do comércios (ou boa parte deles).
Como ocorre o processo?
O processo de transferência de um ponto comercial ocorre de forma jurídica, ou seja, por meio de um contrato de venda e compra.
Sendo assim, existem alguns fatores que devem ser considerados como obrigatórios por parte do vendedor.
Portanto, ao vender o ponto comercial, todas as informações referentes à localidade devem ser apresentadas ao comprador, bem como certidões negativas, documentações, etc.
Também são importantes documentos como:
- Certidões da Receita Federal e da Previdência;
- Passivo Tributário, jurídico e trabalhista;
- Relatórios Contábeis e financeiros;
- Financiamentos;
- Contratos com fornecedores;
- Dentre outros.
Além disso, por parte do comprador do ponto comercial, é importante se atentar à questão da sub-rogação de contratos.
Ou seja, isso significa que todos os tipos de contratos feitos com terceiros, como prestação de serviços, fornecedores e contratos trabalhistas serão passados ao comprador.
Geralmente, esse tipo de transferência é mais comum quando a venda envolve, também o CNPJ.
No caso do repasse do ponto comercial, o comprador assume responsabilidades contratuais veiculadas, por exemplo, ao imóvel como condomínio.
Sendo assim, o comprador irá arcar com contas, como energia elétrica e água, por exemplo.
Logo, para colocar um ponto comercial à venda é importante, antes de tudo, deixar todos os setores do empreendimento de forma organizada.
Por fim, é recomendado que a transação seja realizada por profissionais especializados, como um corretor de imóveis ou, em alguns casos, por advogados que trabalhem com esse tipo de negócio.