Negócios Brasil
MENU
Minha Conta
  • Comprar Empresa
  • Vender Empresa
  • Corretores de Negócios
    • Encontrar Corretores
    • Seja um corretor
  • Blog
Minha Conta

Home / Blog (Conteúdos Educativos) / Avaliar Empresa / Estudo de Caso de Valuation: como uma edtech saiu de R$ 4,8 milhões para R$ 42 milhões em 36 meses

Estudo de Caso de Valuation: como uma edtech saiu de R$ 4,8 milhões para R$ 42 milhões em 36 meses

Publicado em 14/12/2025
Compartilhe
Estudo de Caso de Valuation: como uma edtech saiu de R$ 4,8 milhões para R$ 42 milhões em 36 meses

Índice

Toggle
  • O ponto de partida: uma edtech promissora, mas subavaliada
  • O diagnóstico: por que o valuation era baixo?
  • A virada de mentalidade: foco em valor, não apenas em crescimento
  • Ano 1 (2022–2023): estrutura, foco e previsibilidade
  • Ano 2 (2023–2024): escala inteligente, não crescimento caótico
  • Ano 3 (2024–2025): governança, múltiplos e investibilidade
  • O resultado após 36 meses
  • Por que o mercado aceitou esse valuation?
  • Lições práticas para outros empresários
  • Conclusão: valuation é consequência, não objetivo

Crescer uma empresa no Brasil já é um desafio relevante. Este estudo de caso de valuation analisa como uma edtech conseguiu multiplicar seu valor de mercado por quase nove vezes em apenas 36 meses, em um setor competitivo como o de educação digital — especialmente quando esse crescimento ocorre sem aportes tradicionais de venture capital, sem atalhos artificiais e sem perda de governança.

Este estudo de caso detalha a trajetória de uma edtech sediada em São Paulo, especializada em capacitação prática em marketing digital e vendas, voltada a profissionais autônomos, pequenas empresas e equipes comerciais.

Por razões estratégicas e negociações em curso, a empresa é apresentada com anonimato parcial, com nomes, marcas e alguns detalhes operacionais preservados, mantendo-se integralmente a lógica econômica, estratégica e financeira da trajetória analisada.

Entre 2022 e 2025, essa empresa saiu de um valuation estimado em R$ 4,8 milhões para cerca de R$ 42 milhões. Mais do que os números finais, este artigo revela as decisões estratégicas, operacionais e financeiras que explicam essa transformação — e por que o valuation alcançado foi consequência de método, disciplina e redução consistente de risco.

Resumo do Estudo de Caso

Estudo de Caso — Edtech de Marketing Digital (São Paulo)

  • Setor: Educação digital / capacitação em marketing e vendas
  • Modelo: Assinatura + B2B
  • Situação inicial (2022):
    • ARR: R$ 3,6 milhões
    • Valuation estimado: R$ 4,8 milhões
  • Situação após 36 meses (2025):
    • ARR: R$ 18,5 milhões
    • Valuation estimado: R$ 42 milhões
  • Principais alavancas de valor:
    • Redução de churn
    • Receita recorrente previsível
    • Entrada estruturada no B2B
    • Profissionalização da gestão

Antes de aprofundar o estudo de caso, é importante entender como avaliar uma empresa no Brasil, os métodos utilizados e os principais erros que reduzem o valor de mercado.


O ponto de partida: uma edtech promissora, mas subavaliada

Estudo de Caso de Valuation

Em 2022, a empresa atuava no nicho de educação profissional online, com cursos práticos em áreas como:

  • Marketing digital (Google Ads, Meta Ads, SEO)
  • Vendas consultivas
  • CRM, automação comercial e ferramentas digitais

O público era majoritariamente composto por profissionais liberais, microempreendedores e pequenas equipes comerciais, com foco em aplicação prática e retorno rápido.

📊 Situação inicial resumida:

  • ARR (receita anual recorrente): R$ 3,6 milhões
  • Crescimento anual: 12%
  • Margem EBITDA: 18%
  • Ticket médio: R$ 97/mês
  • Churn mensal: 4,8%
  • Forte dependência de tráfego pago (Meta e Google Ads)
  • Base altamente pulverizada (milhares de alunos individuais)
  • Operação concentrada nos fundadores

Do ponto de vista operacional, a empresa era saudável e gerava caixa. Ainda assim, seu valor de mercado era baixo. Avaliações preliminares indicavam um valuation entre R$ 4,5 milhões e R$ 5 milhões, com múltiplos conservadores (1x a 1,3x ARR), comuns para pequenas edtechs brasileiras com risco elevado.

O problema não estava no produto — mas na forma como o negócio era percebido por investidores e compradores.


O diagnóstico: por que o valuation era baixo?

Antes de pensar em crescimento acelerado, os sócios decidiram realizar um diagnóstico de valor, e não apenas de faturamento. A análise revelou cinco gargalos principais:

  1. Receita pouco previsível, com mistura de cursos avulsos e assinaturas
  2. Churn elevado para padrões de SaaS educacional
  3. Modelo comercial confuso, difícil de explicar e auditar
  4. Ausência de indicadores financeiros estruturados
  5. Empresa altamente dependente dos fundadores

Para o mercado, tratava-se de um negócio interessante, porém arriscado. E, em valuation, risco reduz múltiplos.

Na prática, grande parte da margem era consumida por anúncios pagos. A empresa funcionava, mas sua escalabilidade dependia diretamente da presença e das decisões dos sócios.


A virada de mentalidade: foco em valor, não apenas em crescimento

A mudança decisiva ocorreu quando os fundadores passaram a conduzir a empresa como ativos investidores conduziriam, e não apenas como operadores.

Foi definido um plano de 36 meses dividido em três ciclos claros:

  • Ano 1: arrumar a casa
  • Ano 2: escalar com previsibilidade
  • Ano 3: tornar a empresa investível e vendável

A partir desse ponto, toda decisão estratégica passou a responder a uma pergunta central — lógica que está diretamente ligada a como aumentar o valuation da sua empresa antes de vender, priorizando redução de risco e previsibilidade em vez de crescimento pontual.


Ano 1 (2022–2023): estrutura, foco e previsibilidade

Padronização radical do modelo de receita

A primeira decisão foi também a mais difícil: eliminar produtos que geravam caixa imediato, mas prejudicavam o valuation.

Cursos avulsos que faturavam cerca de R$ 600 mil por ano foram descontinuados. A empresa passou a operar com apenas dois modelos:

  • Assinatura mensal recorrente, com trilhas completas de marketing e vendas
  • Planos corporativos B2B, voltados a pequenas e médias empresas

O impacto inicial foi uma queda de aproximadamente 15% na receita total, mas o ganho em previsibilidade foi imediato e estrutural.


Churn como prioridade absoluta

Com dados organizados, ficou claro que o principal gargalo não era aquisição, mas retenção.

As ações implementadas incluíram:

  • Onboarding estruturado nos primeiros 15 dias
  • Trilhas orientadas a projetos reais (campanhas práticas, uso de ferramentas)
  • Comunidade ativa com suporte e mentoria
  • Conteúdo focado em ROI rápido, com resultados percebidos nas primeiras semanas

📉 Em nove meses, o churn mensal caiu de 4,8% para 2,9%, mesmo com resistência inicial à eliminação de produtos que “pagavam as contas”.


Ano 2 (2023–2024): escala inteligente, não crescimento caótico

Redução da dependência de tráfego pago

Com retenção sob controle, o foco passou a ser eficiência de aquisição.

A participação de anúncios pagos no mix de aquisição caiu de cerca de 80% para 30%, com investimentos crescentes em:

  • Conteúdo proprietário (blog, YouTube e LinkedIn técnico)
  • SEO educacional (palavras-chave como “curso prático de marketing digital”)
  • Parcerias com agências, consultores e influenciadores do nicho

O resultado foi uma queda de aproximadamente 45% no CAC, enquanto o LTV crescia sustentado pela maior retenção.


Entrada estruturada no mercado B2B

Outro divisor de águas foi a profissionalização da oferta corporativa.

A empresa passou a vender:

  • Planos anuais para empresas
  • Treinamentos customizados
  • Dashboards de acompanhamento
  • Integração com CRMs e ferramentas comerciais

📈 Em 18 meses, o B2B passou a representar 34% da receita total, com contratos de 12 a 36 meses e margens cerca de 15% superiores ao B2C.


Ano 3 (2024–2025): governança, múltiplos e investibilidade

Profissionalização da gestão

Com a operação estabilizada, os fundadores deixaram o dia a dia operacional. Foram incorporados:

  • CFO part-time
  • Controller financeiro dedicado
  • Conselho consultivo independente, com executivos experientes em edtechs

Essa estrutura reduziu drasticamente o chamado risco de key-man, um dos principais fatores que derrubam múltiplos em empresas de pequeno e médio porte.


Demonstrações financeiras “compráveis”

A empresa passou a operar com padrão de empresa pronta para due diligence:

  • DRE mensal consistente
  • Projeções de fluxo de caixa
  • KPIs claros (CAC, LTV, churn, ARPU)
  • CAC payback inferior a 12 meses
  • LTV/CAC superior a 3x
  • Separação rigorosa entre pró-labore e distribuição

Nesse estágio, o negócio deixou de ser apenas lucrativo e passou a ser compreensível, auditável e confiável para o mercado.


O resultado após 36 meses

📊 Indicadores consolidados (2025):

  • ARR: R$ 18,5 milhões
  • Crescimento anual: 38%
  • Margem EBITDA: 31%
  • Churn mensal: 1,9%
  • Receita B2B: R$ 6,3 milhões (34%)
  • Receita recorrente superior a 90% do total

Com esse perfil, a empresa passou a ser negociada com múltiplos entre 2,2x e 2,5x ARR, alinhados ao mercado brasileiro para edtechs e SaaS bootstrapped maduros.

💰 Valuation estimado: R$ 42 milhões


Por que o mercado aceitou esse valuation?

O aumento de valor não veio apenas do crescimento, mas da redução consistente de risco percebido.

O comprador enxergava:

  • Receita recorrente real e previsível
  • Churn abaixo da média do setor
  • Escala replicável via canais próprios
  • Gestão profissional
  • Baixa dependência dos fundadores

Em outras palavras, tratava-se de uma empresa pronta para continuar crescendo sem os donos no centro da operação — exatamente o perfil mais valorizado no mercado brasileiro atual.

Esse perfil é coerente com dados recentes do setor. Segundo relatórios do Distrito sobre o mercado brasileiro de edtechs, empresas com maior previsibilidade de receita, churn controlado e presença no B2B tendem a negociar múltiplos superiores.


Lições práticas para outros empresários

Este caso deixa aprendizados claros para PMEs de diferentes setores:

  • Crescer faturamento não é o mesmo que crescer valor
  • Métricas certas valem mais do que promessas
  • Redução de risco multiplica múltiplos
  • Governança é investimento, não custo
  • Empresas vendáveis são construídas com método, não improviso

A importância da organização financeira, governança e previsibilidade também é reforçada por orientações do Sebrae sobre valuation e gestão de pequenas e médias empresas, especialmente para negócios que pretendem crescer ou se preparar para uma venda futura.

O que realmente aumentou o valuation

  • ✓ Crescimento orientado a previsibilidade, não a volume
  • ✓ Corte consciente de receitas “ruins” para valuation
  • ✓ Churn tratado como variável estratégica
  • ✓ Redução de dependência dos fundadores
  • ✓ Governança implantada antes de buscar múltiplos maiores

Lições estratégicas que transformam uma empresa lucrativa em uma empresa valiosa

Antes de buscar crescimento acelerado, investidores ou uma eventual venda, o primeiro passo é entender quanto sua empresa realmente vale hoje e quais fatores estão limitando esse valor.

Ferramentas de diagnóstico de valuation, como o NB Valuation Pro, ajudam empresários a transformar decisões intuitivas em decisões estratégicas baseadas em números.


Conclusão: valuation é consequência, não objetivo

Essa edtech não ficou mais valiosa porque “quis valer mais”. Ela se tornou:

  • previsível,
  • menos arriscada,
  • profissionalmente gerida,
  • e orientada a decisões de longo prazo.

O valuation de R$ 42 milhões foi apenas o reflexo final desse processo.


📌 Nota editorial do portal Negócios Brasil

Casos como este — e trajetórias públicas semelhantes no ecossistema brasileiro de edtechs — reforçam um ponto central: valor de mercado é construído com método, disciplina e visão de investidor.

Antes de buscar crescimento acelerado, anúncios ou investidores, empresas que alcançam múltiplos elevados começam pelo diagnóstico correto do valor atual.

Por <a href='https://negociosbrasil.com.br/author/felipealencar/' rel='dofollow' class='dim-on-hover'>Felipe Alencar</a>
Por Felipe Alencar
Autor do livro: O guia definitivo para vender sua empresa, melhores práticas do mercado.
Publicidade
E-BOOK: O GUIA DEFINITIVO PARA VENDER SUA EMPRESA




    Você receberá o e-book nesse e-mail.

    Baixe nosso e-book: O GUIA DEFINITIVO PARA VENDER SUA EMPRESA.
    Ou adquira para Kindle na Amazon.

    Download grátis
    Negócios Brasil

    Os classificados on-line do Portal Negócios Brasil conectam compradores e investidores a oportunidades de negócio, franquias e corretores de negócios.

    Compra e venda de empresas

    • Anuncie seu negócio
    • Encontre negócios à venda
    • Encontre corretores de negócios
    • Conteúdos educativos

    Links institucionais

    • Contato
    • Dúvidas Frequentes
    • Política de Privacidade
    • Quem Somos
    • Termos e Condições
    © 2014 - 2025. Negócios Brasil. Todos os Direitos Reservados.