Tendências de avaliação no setor de energia e infraestrutura em 2026
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ToggleO setor de energia e infraestrutura segue como um dos pilares mais estratégicos do mercado brasileiro de fusões e aquisições em 2026, refletindo diretamente as tendências de avaliação no setor de energia e infraestrutura em 2026. A combinação entre transição energética, modernização da infraestrutura, avanço regulatório, novos modelos de financiamento e amadurecimento do mercado de capitais mudou profundamente a forma como essas empresas são avaliadas.
Se antes o valuation era fortemente baseado em ativos físicos, concessões e contratos de longo prazo, hoje incorpora uma visão muito mais ampla: previsibilidade regulatória, qualidade contratual, governança corporativa, critérios ESG, eficiência operacional, estrutura de capital e potencial real de expansão.
Neste artigo do Negócios Brasil, você vai entender as principais tendências de avaliação no setor de energia e infraestrutura em 2026, como investidores estão ajustando métodos e múltiplos, quais fatores aumentam ou destroem valor e como empresários podem se preparar para vender suas empresas com mais segurança e melhor preço.
⚡ Por que o valuation em energia e infraestrutura mudou em 2026

O valuation nesse setor sempre foi técnico. No entanto, em 2026, três movimentos estruturais aceleraram essa transformação:
- Crescimento consistente das energias renováveis
- Aumento do custo de capital e maior rigor na análise de risco
- Consolidação de práticas de compliance, ESG e governança
A energia solar e eólica já representam uma parcela relevante da matriz elétrica brasileira, segundo dados do Balanço Energético Nacional, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética. Ao mesmo tempo, o setor liderou transações de M&A em 2025, atraindo fundos de infraestrutura, private equity e investidores estratégicos.
O resultado é um valuation menos especulativo e muito mais orientado à geração de caixa ajustada ao risco.
🔌 Segmentos mais atrativos no setor em 2026
Os segmentos que concentram maior interesse de investidores e compradores estratégicos incluem:
- Geração de energia solar e eólica
- Pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)
- Biogás e biomassa
- Transmissão e distribuição de energia
- Infraestrutura elétrica e subestações
- Saneamento, água e resíduos
- Infraestrutura logística associada à energia
Cada um desses segmentos possui riscos específicos, o que impacta diretamente o valuation e os múltiplos praticados.
📊 DCF como método dominante de avaliação

O Fluxo de Caixa Descontado (DCF) consolidou-se como o principal método de avaliação no setor de energia e infraestrutura em 2026, especialmente em empresas com contratos previsíveis e ativos de longa vida útil.
No entanto, os modelos ficaram mais conservadores, incorporando:
- WACC mais elevado
- Cenários pessimistas realistas
- Sensibilidade regulatória aprofundada
Empresas que não conseguem comprovar estabilidade contratual ou previsibilidade de caixa enfrentam descontos relevantes no valuation.
Para entender melhor os métodos aplicáveis, vale consultar o artigo “Quanto vale a sua empresa? 5 métodos de avaliação explicados”, que aprofunda como cada modelo funciona na prática.
⚠️ Risco regulatório passou a ser explicitamente precificado
Em 2026, o risco regulatório deixou de ser implícito e passou a ser modelado diretamente no valuation. Investidores analisam com atenção:
- Histórico de compliance
- Dependência de incentivos governamentais
- Exposição a revisões tarifárias
- Relação com a ANEEL
Empresas com passivos regulatórios, multas ou fragilidade em licenças enfrentam deságios significativos, mesmo apresentando bons resultados financeiros.
🌱 ESG deixou de ser diferencial e virou pré-requisito
Critérios ESG deixaram de ser um bônus no valuation. Em 2026, eles são considerados um requisito mínimo para investidores institucionais e estratégicos.
Os principais pontos avaliados incluem:
- Impacto ambiental dos projetos
- Licenciamento ambiental sólido
- Relação com comunidades locais
- Segurança do trabalho
- Transparência e governança
Empresas alinhadas ao ESG tendem a acessar capital mais barato, manter múltiplos mais altos e reduzir riscos na due diligence.
📉 Múltiplos mais seletivos e menos genéricos
Apesar do crescimento do setor, os múltiplos ficaram mais seletivos em 2026. Os mais utilizados são:
- EV/EBITDA
- EV/Receita (em projetos em desenvolvimento)
- Valor por MW instalado
Negócios com contratos sólidos, boa governança e baixo risco regulatório conseguem prêmios. Já empresas menores, dependentes de poucos contratos ou com estrutura frágil operam com múltiplos conservadores.
Para evitar erros comuns, vale revisar o conteúdo “10 erros comuns ao avaliar uma empresa (e como evitar)”.
🏗️ Qualidade dos ativos passou a importar mais que volume
Ativos físicos continuam relevantes, mas em 2026 o valuation considera principalmente:
- Eficiência operacional
- Estado de conservação
- Capacidade de expansão
- Custos futuros de manutenção
Ativos defasados ou mal mantidos impactam negativamente o valuation, mesmo quando já estão depreciados contabilmente — ponto frequentemente confundido com diferença entre valor contábil e valor de mercado.
📑 Backlog e contratos como alavancas de valor
Empresas de energia e infraestrutura passaram a ser avaliadas como portfólios de projetos. Investidores analisam profundamente:
- Backlog contratado
- Duração dos contratos
- Cláusulas de reajuste
- Garantias e penalidades
Um backlog bem estruturado pode elevar significativamente o valuation, muitas vezes mais do que o lucro atual.
👉 Veja também: Balanço Energético Nacional com âncora dados oficiais da matriz energética brasileira.
💰 Estrutura de capital influencia diretamente o preço
Com crédito mais seletivo e juros elevados, a estrutura de capital passou a ter peso decisivo no valuation.
Empresas com:
- Endividamento excessivo
- Dívidas indexadas a taxas voláteis
- Covenants restritivos
sofrem descontos relevantes. Em contrapartida, negócios financeiramente equilibrados tendem a ser mais valorizados, mesmo sendo menores.
🏗️ Valuation varia conforme a fase do projeto
No setor de energia e infraestrutura, o valuation muda radicalmente conforme a fase do projeto:
- Licenciamento (maior desconto)
- Implantação
- Operação
- Operação madura com contratos de longo prazo
Aplicar múltiplos genéricos é um erro grave e frequentemente reduz o valor percebido do negócio.
🔍 Due diligence mais profunda e integrada
O valuation em 2026 caminha lado a lado com uma due diligence integrada, envolvendo análises:
- Jurídica
- Financeira
- Regulatória
- Ambiental
- Operacional
Qualquer inconsistência encontrada impacta diretamente o preço, seja via desconto, retenção ou earn-out. Para entender melhor esse processo, consulte “Due diligence: o que analisar antes de comprar um negócio”.
📈 Valuation estratégico e sinergias
Além do valor financeiro, compradores estratégicos avaliam sinergias como:
- Expansão geográfica
- Integração com ativos existentes
- Ganhos operacionais
- Otimização tributária
Isso significa que o mesmo negócio pode ter valuations diferentes, dependendo do perfil do comprador.
📌 Conclusão: avaliação mais técnica, seletiva e estratégica em 2026 🚀⚡
As tendências de avaliação no setor de energia e infraestrutura em 2026 mostram um mercado mais maduro, técnico e exigente. O valor das empresas está cada vez menos ligado apenas a ativos físicos e cada vez mais à qualidade da gestão, previsibilidade de caixa, compliance e sustentabilidade do negócio.
Empresários que desejam vender suas empresas precisam se preparar com antecedência, estruturar contratos, fortalecer governança e entender claramente como investidores avaliam riscos e oportunidades.

🚀 Vender empresa de energia ou infraestrutura em 2026
Se você está avaliando vender sua empresa de energia ou infraestrutura, o Negócios Brasil oferece uma análise profissional, estratégica e alinhada às práticas mais atuais do mercado.